domingo, 31 de julho de 2011

A Quinta estação..

E lá estava ela sentava na cama, menina dos cabelos morenos, com as pernas dobradas, papel e caneta na mão, escrevendo, entre uma tragada e outra. Escrevendo sobre ele. Sobre aquele que não merecia nenhuma palavra se quer, nenhum pensamento se quer, e principalmente, nenhum sentimento se quer. Mas era impossível, não só para aquela garota apaixonada - que suspirava de amores em plena quinta feira de madrugada -, mas para grande parte da população. Apesar do amor que a menina exalava, e as palavras bonitas, que naquele momento eram colocadas no papel, o dia de amanhã não seria tão agradável assim. Seria o dia do fim. O dia em que ela terminaria a sua história com aquele que ela desejava que fizesse parte do seu ‘e viveram felizes para sempre’. Mas não seria. Até porque final feliz existe apenas em contos de fadas. E sinceramente, aquela menina, hoje mulher, não acreditava mais em contos de fadas, e não queria um final agora, porque ainda tinha muita coisa pra viver. Muito tempo para esquecer aquele seu eterno monstrinho que a conquistou. Muito tempo para se descobrir, e se amar, e se cuidar. O resto do tempo que sobrasse, ela pensaria, em talvez, entregar para alguém, mas bem lá no futuro. Mas esse alguém ia ter que merecer. O que era (quase) impossível, assim como era (quase) impossível não suspirar em plena quinta feira de madrugada por um amor que estava para se acabar.